Conselho do Juventus-SP aprova a transformação do clube em SAF
17 jun 2025
Proposta de R$ 480 milhões agora será levada aos associados para votação; oposição denuncia clima de perseguiç
Foto: Clube Atlético Juventus / Divulgação
O Conselho Deliberativo do Juventus-SP aprovou nesta terça-feira a transformação do clube em SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Em reunião no Salão Nobre, na sede social, a proposta liderada por Contea Capital e a REAG Capital Holding foi aprovada por 70 conselheiros - 18 votaram contra.
De acordo com o estatuto do clube, a proposta agora será levada aos associados para votação. Somente após a aprovação na Assembleia de Sócios que a mudança é oficializada. A data para convocação ainda não foi decidida.
Se a proposta não for aprovada pelos associados, o assunto será novamente debatido no Conselho Deliberativo e levado para votação dos sócios.
- O futebol hoje é muito caro, então a vinda da SAF vai melhorar muito para nós, inclusive no social. Tenho certeza que o associado vai se juntar a essa vitória para o Juventus voltar a crescer e ser o Moleque Travesso que sempre foi - disse Tadeu Deradeli, presidente do Conselho Administrativo.
O acordo do clube com a Contea Capital e REAG Capital Holding prevê investimento de R$ 480 milhões e planos de chegar à Série A em 10 anos. Outras duas empresas haviam manifestado interesse em adquirir a SAF do Juventus, a Almaviva e a Total Player.
Na reunião de apresentação aos conselheiros, na semana passada, ambas fizeram uma manifestação conjunta e optaram por não detalhar as ofertas. Na última segunda-feira, porém, os grupos formalizaram uma proposta única para a constituição da SAF, com o intuito de aumentar o valor dos investimentos a serem aportados, e pediram para que a proposta fosse considerada na votação desta terça-feira, mas o Conselho de Administração do clube informou que não seria possível, pois o prazo determinado para o envio dos projetos terminou no dia 30 de abril.
- A única proposta que foi apresentada é da Contea Capital, que trouxemos hoje para votação. As outras foram declinadas em virtude de não seguir o rito que foi determinado nas normas regulamentares previamente estabelecidas - explicou Carlos Eduardo Pedroso, presidente do Conselho Deliberativo
Paulo Jamelli, ex-jogador de futebol e sócio-fundador da Total Player, estava na sede social e demonstrou indignação com o processo:
- A gente não consegue explicar e entender o que é. Para que analisar no sábado e fazer o negócio na terça-feira?
Oposição reclama
Conselheiros e sócios contrários à condução do processo para a transformação do Juventus em SAF (Sociedade Anônima do Futebol) denunciaram uma série de represálias dentro do clube.
De acordo com relatos feitos ao ge em condição de anonimato, associados membros da oposição afirmaram que estão sendo suspensos por 90 dias e impedidos de participar da vida política do clube. Para os conselheiros, a suspensão é de 20 dias. Cinco conselheiros ajuizaram ação judicial para tentar reverter as punições, mas as suspensões foram mantidas.
- Sócios que se manifestaram nas redes sociais, demonstrando contrariedade à forma como o processo da SAF vem sendo conduzido, estão sendo suspensos. É uma tentativa de calar a oposição - afirmou um conselheiro ouvido pela reportagem.
Os entrevistados estimam que cerca de 30 conselheiros foram suspensos e alegaram que a justificativa do clube para realizar essas suspensões foi a abertura de sindicâncias.
Eloisa Machado é uma das conselheiras do clube que foi afastada e não pode participar da reunião de apresentação das propostas no último sábado e na reunião de votação nesta terça.
- A sindicância está em sigilo e não posso dar detalhes. Mas tenho certeza que (a suspensão) é em razão de eu ser crítica da gestão e ter ingressado com ação judicial apontando os abusos - contou.
Eloisa foi avisada que havia sido suspensa do clube através de um e-mail enviado na noite da última sexta-feira, um dia depois de ter ingressado com ação judicial relatando abusos.
- Vim ao clube saber por qual razão eu estava, além de suspensa do Conselho, suspensa do clube, impedida de entrar em suas dependências. É uma decisão sem qualquer respaldo no estatuto e na lei. Não recebi nenhuma informação nem pude ir ao Conselho questionar nada - contou Eloisa.
Ao ge, Carlos Eduardo Pedroso, presidente do Conselho Deliberativo, deu a sua versão sobre as suspensões.
- São oito conselheiros. Falaram 30. São oito, quatro de torcida uniformizada. A lei geral do esporte proíbe qualquer insurgência à agremiação. Nós pecamos em identificar que eles eram de torcida organizada depois de serem eleitos no Conselho Deliberativo, infelizmente. Não pode ter torcida organizada no Conselho. Não tem um clube no país que tem torcida organizada no Conselho.
Fonte: Globo Esporte
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